- Você tá louca pra ir pra
guerra balada. A sua amiga, não.
Você azucrina tanto a coitada que ela topa. Ela pega um gatinho e fica
com ele a noite toda; você é obrigada a conversar com o amigo fedorento
dele que só fala de redes sociais até conseguir dar um perdido no moço.
Vai embora sozinha.
- Você foi convidada para o aniversário do seu amigo jogador de rugby.
Fica empolgada, imaginando todo um cardápio de rapagões fortes e
parrudos à sua disposição. Metade deles vai à festa com as respectivas
namoradas; a outra metade esta mais interessada em se entupir de
cerveja, dar soquinhos uns nos outros e dançar "I Gotta Feeling" pulando
abraçada com 13 marmanjos suados.
- Você olha. Ele olha. Você olha. Ele olha. Você sorri, ele se aproxima,
chega bem pertinho. Ele está com um bafo insuportável de cigarro e
cerveja e estômago vazio. Você disfarça a cara de nojo e logo diz que
tem que ir procurar a Ana Paula, que disse que ia ao banheiro e não
voltou mais, deve estar perdida, coitada.
- Casamento da sua prima. Você é a única solteira. A família inteira diz
"e o namorado?", você diz que não tem, dizem "nossa, tão bonita, o que
acontece?" Mas duvido que te escutariam se você sentasse e começasse a
contar o que acontece. "Olha, sabe o que é, tio Astolfo? O último cara
que eu saí, o Fernando, pulou fora porque disse que estava confuso e
depois eu descobri que ele tinha namorada, aí..." As pessoas te olham
com cara de dó. A tia-avó mais saidinha diz "tá certa ela, ela é nova,
tem mais é que aproveitar!" Já a tia Cileide te empurra pra ir pegar o
buquê.
- Ele é uma graça. O papo foi ótimo; os beijos, uma delícia. Você acha
que desse mato sai cachorro, fica contente. Ele não liga. Você manda
mensagem, ele responde vagamente. E não liga. Você manda outra mensagem.
Ele nem responde. E não liga. Nunca mais você ouve falar dele.
- Você, deitada na cama e olhando pro teto, tem a clara impressão, a
nítida sensação e praticamente certeza de que nunca mais vai ter um
namorado na vida. Se imagina velhinha, grisalha, com 17 gatos e uma
estranha mania de acumular objetos. Ah, e solteira.
- Você capricha. Maquiagem belíssima, cabelos sedosos, unhas feitas,
roupa sensual, salto alto. É hoje que eu tiro a barriga da miséria, você
pensa ao se olhar no espelho antes de sair. Mas quem acaba chamando a
atenção dos rapazes na noite é a sua amiga loira, bunduda e meio brega. O
único que te lançou olhares gulosos foi o flanelinha de 17 anos, que
pelo menos não cobrou nada pelo árduo trabalho de "cuidar" do seu carro.
- Ele não é bonito. Ele é chato. Você fica com ele. Ah, é que ele estava tão quentinho e cheiroso...
- Ele te adora. Como amiga. E come a sua amiga.
- Todo mundo diz que você deveria expandir seus horizontes pra aumentar
as possibilidades de conhecer alguém com os mesmos interesses.
Frequentar novos lugares, fazer cursos. É mesmo, né? Aí você resolve
estudar alemão. Na sua turma tem duas meninas meio ripongas de uns 20
anos, uma senhora de 58 cujo filho foi morar na Alemanha e um executivo
seríssimo de quase 50 anos, casado, três filhos. O professor é até
bonitinho, mas você tem quase certeza de que é gay. Depois de dois
semestres, você não conheceu ninguém e continua sem falar pirongas de
alemão.
Pois é, minha gente, a solteirice não é doce e nem é mole, não. Quer
dizer, eu acho que todas as fases da vida tem suas delícias e vantagens,
mas é que na solteirice a gente passa por cada uma, né? Se bem que em
um relacionamento também, mas isso fica pra um próximo post.
Fonte: http://seviranosquase30.blogspot.com/2011/09/as-tipicas-da-solteirice.html Blog: Se vira nos quase 30.