sábado, 12 de novembro de 2011

Dica de filme: "Mary e Max" - aborda personagens excêntricos


Mary e Max
“Deus nos dá familiares. Ainda bem que podemos escolher nossos amigos”



Mary e Max é uma dessas agradáveis surpresas que o cinema nos reserva. Abriu o Festival de Sundance, ganhou o Crystal Bear (prêmio para a nova geração) no Festival de Berlim 2009, entre outros.


Desenvolvido com a técnica do stop-motion e finalizado com a ajuda da computação gráfica, o filme é baseado em fatos reais, sobre a amizade entre uma menina australiana de 8 anos e um novaiorquino de 44. Ela é gordinha, desajeitada, muito curiosa; sua mãe é uma alcoólatra depressiva e seu pai trabalha numa fábrica de pregar cordões nos saquinhos de chá. Ele é um senhor que sofre da Síndrome de Asperger, recluso em sua casa, seus pensamentos lógicos e seu vício em cachorro quente de chocolate (!). Ambos são cheios de pensamentos filosóficos sobre a vida, que só diferenciam-se pela diferença etária. Quem nunca fez as perguntas de Mary quando criança? Quem nunca teve pensamentos de tangência com a teoria de Max, em algum momento da vida?

Inicialmente, é possível pensar que trata-se de uma animação de história engraçadinha e clichê, mas o que se vê é um drama cômico envolto por diversas camadas, que se mostram aos poucos para o público e impressiona pela densidade do roteiro e pelos rumos inesperados que história toma.

A animação tem como principal fonte de humor a complementação imagem-narração. A graça advém da irônica controvérsia entre o que é mostrado e o que é falado.

O filme critica a sociedade-do-pouco-contato em que vivemos, mostrando os vícios e as fobias dos personagens, não só dos protagonistas como também dos coadjuvantes, como a mãe e o vizinho de Mary; a vizinha e os cidadãos que Max observa.

Mary “vê” tudo em tons marrons, enquanto que Max “vê” tudo em preto-e-branco. O que acontece quando as duas visões de mundo se encontram é tristonho, mas profundo e muito bonito. A sensação tida, quem sabe, pode ser a de comer leite condensado na lata, com o seu melhor amigo.
Como disse a escritora Ethel Mumford: 
“Deus nos dá familiares. Ainda bem que
podemos escolher nossos amigos...”
.



Mary e Max (os personagens e o filme), encantam e emocionam do começo ao fim, assim como a bela trilha sonora instrumental. Uma overdose muito bem vinda de originalidade.






Uma frase, aparentemente simples, dita pelo médico de Max, Dr Hazelhof, resume o filme:
 
“...a vida de todo mundo é como uma longa calçada. 
Algumas são bem pavimentadas,
outras têm fendas, cascas de
banana e bitucas de cigarro..."

Se for para viver uma história linda e ímpar como a de Mary e Max, eu prefiro que a minha calçada seja bem defeituosa. Só procuraria um pouco de tinta para pintar o meio-fio!





"Mary e Max - Uma Amizade Diferente" eles são duas pessoas um pouco diferentes, mas com algumas coisas em comum.

3 comentários:

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