segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DEFINIÇÕES




"Seu coração disse pra sua cabeça, vá,
e sua cabeça disse pra sua coragem,
vou, e sua coragem respondeu, vou nada,
mas sua boca não ouviu e beijou..." 





"Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Paixão é quando apesar da palavra ¨perigo¨ o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não... Amor é um exagero... também não.
Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?

Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação,
Esse negócio de amor, não sei explicar..."
 (Adriana Falcão)



Texto de Adriana Falcão, nascida  no Rio, em 1960, mas passou boa parte de sua vida em Recife. O sotaque e a vocação para o humor não negam seu lado pernambucano. Foi lá que ela se formou em Arquitetura, profissão que nunca exerceu, casou-se com João Falcão e teve três filhas, Tatiana, Clarice e Isabel.
Roteirista da TV Globo, escreve para séries como Comédias da Vida Privada e A Grande Família, além de roteiros para cinema.

2 comentários:

  1. valeu!!!! são verdadeiras as reflexões. parabéns! seu blog é lindo!

    ResponderExcluir
  2. obrigada pelo elogio, e sempre muito gostoso ouvir isso!!!

    ResponderExcluir

Comentem, sugiram, participem sempre!!! Todas as opniões serão sempre muito bem vinda...